quarta-feira, 30 de abril de 2014

"Mulheres ao Ataque"


Cameron Diaz conta tudo sobre o sucesso de "Mulheres ao Ataque"


O filme responsável pelo enorme feito de tirar "Capitão América: O Soldado Invernal" do topo das bilheterias foi a comédia "Mulheres ao Ataque". Na trama acompanhamos Cameron Diaz, Leslie Mann e Kate Upton buscando vingança contra um mulherengo que engana a todas, vivido por Nicolaj Coster-Waldau.

A Fox, que está distribuindo o filme no Brasil, concedeu gentilmente ao site POP uma entrevista com Cameron, em que ela fala sobre o filme, sua carreira e muito mais. E você confere na íntegra logo abaixo.
Como você descreveria a Carly?

Carly é uma garota que está se dando bem na vida. É uma advogada de muito sucesso. Ela tem saído e conhece um cara que acredita ter verdadeiro potencial. Eles apreciam a companhia um do outro e ela acha que esse relacionamento tem algo para evoluir. Mas ela desconfia que há algo de errado no ar, porque ele cancela um encontro que haviam marcado. Ele ia conhecer o pai dela. E, de repente, ele não pôde vir ao jantar. Ele deixa claro que não está disponível. As orelhas de Carly se espetam. Esse relacionamento pode não ser exatamente o que ela achava que era. Ela acaba indo à casa de Mark e descobre que ele é casado (risos)!

Foi desafiador fazer uma comédia física com Leslie Mann? Vocês duas têm uma química fantástica.

Foi incrível. Fiquei muito grata, porque não é sempre que consigo fazer esse tipo de comédia física, em especial com outra mulher. Leslie é destemida. Ela é forte e engraçada e tem tanta energia e força, e seu corpo pode fazer todas aquelas loucuras. Foi literalmente bárbaro ser sua parceira, e entrar na sua maluquice. Nós atuamos muito bem juntas. Encontramos um ritmo ótimo entre nós e confiávamos cegamente uma na outra.

Há muitas cenas divertidas, tais como aquela logo no início em que a personagem de Leslie está muito bêbada. Foi complicado fazê-la?

Não tínhamos um plano sobre como fazer essa cena, apenas fomos improvisando à medida que atuávamos. Começamos correndo pelas ruas.  Estou tentando fazê-la entrar no carro, e ela sobe com as pernas no teto do carro. Estávamos as duas de salto alto, imagine, e eu de saia justa de couro preto. Minhas coxas estavam grudadas. E ela usava um vestido fofo com uma saia rodada. Ela estava paralela, como uma prancha, ao capô do carro, e eu a segurava. Foi simplesmente hilário.

Parece um improviso fantástico, e numa outra cena, a Leslie joga você pela janela do quarto. Foi dolorido?

Não fiz  a queda. Uma dublê fez a cena para mim. Fui atirada sobre um colchão, mas foi apenas uma queda de 60 a 90 cm. Mas nós duas saímos com muitos ralados deste filme. Houve ação realmente física e fizemos tudo de salto alto e vestido.

Como foi trabalhar com Kate Upton? Este foi seu primeiro papel em um filme grande.
Ela é ótima. Muito divertida, observadora e inteligente. Ela vê tudo e não perde uma chance. As pessoas não esperam que ela seja inteligente porque é bonita. Kate nos surpreendeu a todos com sua habilidade natural para improvisar. Não tínhamos ideia do que ela era capaz, mas ela imediatamente mostrou seus dotes. Ficamos todos plenamente impressionados.

Quando conhecemos a personagem dela, a Amber, que também está tendo um caso com Mark, ela parece ser a típica loira burra, não é?

Exatamente, é isso que pensamos quando a conhecemos. Na verdade, ela é apenas uma garota legal que não sabe que está nessa situação. Ela se surpreende e fica péssima. Não quer dizer que ela seja burra. Quer dizer apenas que ela sente realmente pela situação. Mas vemos que ela não é uma bobinha. Ela entende perfeitamente.

Como foi trabalhar com Nikolaj?

Ele é ótimo. Destemido e muito divertido. Não há nada para se gostar nesse cara que ele interpreta, e não sentimos pena dele. A gente sente que ele levou o que merecia. Nikolaj encarou a comédia com coragem e foi muito bem na empreita.

Don Johnson também estava muito divertido interpretando o seu pai, um paquerador também. Como ele era?

Ele é Don Johnson. Um gatão, ele foi ótimo e interpreta um personagem muito interessante no filme.

Você já havia trabalhado com Nick Cassavetes em "Uma Prova de Amor". O que ele trouxe para este filme?

Nick agregou muito valor ao filme, aprimorou a comédia. Ele não seguiu os mesmos passos dos diretores de comédias mais escancaradas. Queríamos dar um tom diferente ao filme e ele trouxe muito sentimento, como o lado emocional da personagem da Leslie, o que foi muito lindo. Ele deu um sabor diferente ao filme por conta de seu background e de sua experiência, e isso foi legal.”

Qual é a essência do filme?

É sobre amizade e sobre o relacionamento entre as mulheres da história. É sobre as circunstâncias que as unem e a maneira com que percorrem sua jornada, superam a decepção amorosa, aceitam que foram enganadas, seguem em frente e partem para uma vida nova. Não é sobre vingança, apenas mostra como elas aprendem sobre si mesmas. Eu não teria interesse em fazer um filme sobre vingança ou adultério. Este filme não é sobre nada disso.

Mas as mulheres dão algumas lições ao Mark, com consequências bem engraçadas. Pode nos falar sobre isso?

No começo, elas vão à forra, é verdade, e essa parte do filme é divertida. Elas sabotam tudo que é importante para o Mark na condição de homem. Elas tiram sua masculinidade, sua capacidade de manipular todas as três mulheres, e elas conseguem porque tomaram o controle da situação. Ele é motivado por sexo, então elas não dormem com ele. Ele é confiante com a própria aparência, então elas mexem com a autoestima dele. Elas sabem que ele mente muito, imaginam que ele deve mentir em outros aspectos da vida, então investigam seus negócios. Elas querem um pouco de justiça. Quando a gente é enganada e sofre por isso, a gente quer que a outra pessoa sofra tanto quanto a gente por um segundo. Mas, depois que as mulheres superam isso, elas se tornam vencedoras e conseguem prosseguir com a amizade.

Qual o valor da amizade feminina?

O que há de maravilhoso na amizade feminina é que sempre torcemos umas pelas outras. Mesmo quando não estamos juntas, sabemos que as nossas amigas vão nos ajudar, com todo amor e energia focados em uma coisa boa. Amigos são aqueles que nos apoiam em todas as situações. E a amizade é uma coisa tão saudável que alimenta até a alma, porque é energia positiva. Tem tudo a ver com aceitação, e querer que a outra pessoa seja mais forte, melhor e mais capaz, ajudar um ao outro em momentos difíceis, celebrar os momentos felizes, os altos e baixos, estar juntos enquanto a vida está acontecendo, e não julgar, mas ser honesto.

Como ficou a amizade de vocês três depois da filmagem de "Mulheres ao Ataque"?

Trabalhamos juntas durante dozes horas todos os dias. Ficamos juntas o tempo todo, e muita coisa acontece em um dia. Fizemos um filme juntas. Ficamos muito amigas.

O que você faz quando está com amigos?

Vou à casa das amigas para jantar; cozinhamos juntas e conversamos. Também vamos ao cinema ou vemos filmes em casa.

O filme conta sobre um homem que é um mulherengo incorrigível. Você acha que homens e mulheres traem na mesma proporção ou acha que os homens traem mais?

Acho que todo mundo, homem ou mulher, já foi traído. Não saberia quais são os números (risos) ou porcentagens, mas ninguém escapa ileso. É uma coisa que acontece com todos nós, não acho que haja exceções. É um fato da vida.

O que você acha que o filme tem a dizer sobre relacionamentos?
Onde houver um fim, há um novo início. A gente nunca sabe o que vai acontecer em seguida. Não podemos desperdiçar tempo e energia remoendo coisas que já aconteceram e poderiam ter acontecido de outra forma. Os relacionamentos começam, os relacionamentos acabam, ou então duram e evoluem, mas nós prosseguimos.

Você e a Leslie se arrumam todas e ficam um arraso. Você acha que é inevitável as mulheres se arrumarem da forma mais sexy e atraente possível com o intuito de agradar os homens?  

Faz parte da natureza. Somos animais, e isso está dentro de nós até certo ponto. É como os pássaros, com suas penas. A cor da plumagem muda nas diversas estações do ano, eles se arrepiam, esticam as penas, eles cuidam da aparência. Todo animal tem esse instinto. Isso acontece porque somos feitos para procriar, e faz parte da procriação sermos atraentes para outra pessoa. Não acho que isso seja ruim.

Existe uma cena em que você usa um biquíni branco na praia, e está divina. Você fez algum regime especial para entrar em forma antes das filmagens? 

Não, não fiz nenhum programa de exercícios especial para este filme, só meus exercícios de rotina três ou quatro vezes por semana. Na verdade, não tenho praticado tanto quanto praticava normalmente, porque tenho estado muito ocupada. Mas, para mim, bem-estar tem a ver com cuidar de si mesmo pelos motivos certos, ser o melhor que se pode ser e não tentar ser quem eu não sou para agradar alguém.

Você é um excelente exemplo para as pessoas e acabou de escrever um livro fantástico: "The Body Book", que é muito abrangente e tem fundamento científico. Que conselho você dá para moças que se preocupam com a aparência? 

O problema é que as mulheres são bonitas, outras pessoas acham que elas são bonitas, mas elas mesmas não se consideram bonitas. O que me motivou a escrever o livro é que me parece que não damos valor para quem somos, o que temos ou do que somos capazes porque não vivemos realmente com o corpo que temos. Como não entendemos o funcionamento do nosso corpo, deixamos de dar a ele o que ele realmente precisa, e ele não pode dar o melhor de si. Nós nos comparamos com outras mulheres. É um desperdício de tempo e energia. As minhas necessidades, minhas condições, minha energia e meu rendimento físico são completamente diferentes do seu ou de qualquer outra pessoa. Depois que entendemos como o nosso corpo funciona em nível celular, podemos ter o corpo que devemos ter.

Você veste uma série de peças deslumbrantes no filme. Como foi trabalhar com a figurinista Patricia Field?

A Patricia e eu concordamos logo no início que a Carly era uma mulher elegante, de estilo próprio, que tem orgulho da própria aparência. Eu queria que ela estivesse sempre bem arrumada. Ela se produz todos os dias. Ela enrola o cabelo, faz as unhas, aplica maquiagem... Ela é muito eficiente, uma advogada de alto nível que cumpre muito bem seu trabalho. Ela tem a vida sob controle. Eu acho que os figurinos dela são muito apropriados.

Você se identifica com o estilo dela?

Meu estilo é outro (risos), é jeans e camiseta.

Você sempre parece ser muito realista. Diria que isso é um traço da sua família? Você não foi criada com luxos.

Nem um pouco. Muito pelo contrário. Mas tive uma família incrível, pais incríveis que me ensinaram muito bem como trabalhar muito e ser grata, saber que tudo que temos tem valor. Eles sempre me davam tarefas para fazer. Durante toda a minha infância, me ensinaram: ‘é assim que se faz’. Lavo minhas roupas desde quando eu tinha quatro anos (risos). Se eu não fizesse direito, tinha que fazer de novo. Então eu tinha que aprender a fazer certo. Essa tem sido a minha atitude por toda a vida: fazemos o melhor que podemos todos os dias.”

Parece que ensinaram valores importante a você.

Sem dúvida. Minha irmã e eu aprendemos com eles que podíamos fazer o que quiséssemos. Meu pai concordou que a gente fizesse teste para o time de futebol americano Pop Warner, um time da liga infantil. Ele disse: ‘você pode ir lá e fazer o teste. Só te digo que tem uns meninos grandes lá. Eles não vão facilitar para você. Não vão te dar tratamento especial.’ Ele nos fez avaliar a situação, então decidimos que era melhor não irmos. Mas, na minha cabeça, eu fiquei pensando que poderia ter ido. Joguei softball em uma equipe. Corri em pista de atletismo. Sou de uma geração que ainda brincava na rua com outras crianças. Estávamos sempre andando de bicicleta, andando de patins e jogando bola no meio da rua. Crescemos na rua, não como as crianças de hoje!

Parece que você ainda se exercita muito.

Sim, quando não estou trabalhando. Adoro surfe e snowboard.

Você é muito otimista. Está satisfeita com a vida e a carreira neste exato momento?

Adoro o meu trabalho, porque adoro histórias e amo contar histórias. Cada segundo do dia é diferente. Adoro trabalhar em equipe; adoro ser criativa com outras pessoas, compartilhar informações. Este filme é uma comédia, mas eu realmente acho que ele mostra às pessoas que as mulheres podem ser boas umas com as outras, que podem se ajudar, e que não têm que ser competitivas. Detesto concorrência entre mulheres e não sou uma pessoa competitiva. Quero que todo mundo se saia bem.

Você tem algum sonho ou objetivo específico?

Não, nunca fui de pensar assim. Deixo a vida me levar. Sou o tipo de pessoa que vive o presente. Não sou do tipo que fica pensando sobre o que vai fazer. Nem penso com quem vou estar. Sou do tipo que vive o momento atual mesmo. Acho que sou abençoada por ter tudo que tenho na vida. Dou muito valor a tudo.

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